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"Nada para, nada espera, que o destino assim quisera."

História

A Formação Fases da Banda Turnê de Despedida Legado


A Formação

O Skank nasceu em 1991, em Belo Horizonte, Minas Gerais, cidade que já dava sinais de efervescência musical e cultural. O quarteto original foi formado por Samuel Rosa (voz e guitarra), Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria). Os integrantes tinham como proposta inicial unir o reggae jamaicano e o dancehall — estilos pouco explorados no Brasil na época — com elementos do pop rock, criando uma identidade própria, original e acessível. O nome da banda foi inspirado na música “Easy Skanking”, de Bob Marley, referência direta à sonoridade que pretendiam seguir no início.


Foto do grupo no início da formação
Figura 1: Imagem do grupo no início da formação

A banda lançou de forma independente, em 1992, seu primeiro álbum, intitulado Skank. Gravado com poucos recursos, o disco vendeu s urpreendentes 3 mil cópias em apenas 45 dias, chamando atenção da crítica e do público alternativo. Essa repercussão despertou o interesse da gravadora Sony Music, que relançou o álbum em 1993 por meio do selo Chaos. Assim, a banda foi catapultada do cenário underground de Belo Horizonte para os palcos nacionais, marcando o início de uma trajetória de sucesso que uniria popularidade e qualidade musical por décadas.



Fases da Banda

A trajetória do Skank pode ser dividida em três grandes fases: o auge comercial nos anos 1990, a transição criativa dos anos 2000 e a consolidação como uma das bandas mais importantes da história da música brasileira nos anos 2010.


  1. Auge comercial e explosão nacional (1994–1999):
  2. Com o álbum Calango (1994), o Skank atingiu pela primeira vez o grande público. Canções como “Jackie Tequila”, “Pacato Cidadão” e “Te Ver” dominaram as rádios e os programas televisivos da época. O disco vendeu mais de 1 milhão de cópias e consolidou a banda como um dos principais nomes do chamado BRock (rock brasileiro).


    O sucesso foi ainda maior com o álbum O Samba Poconé (1996), que trouxe a música “Garota Nacional”, um fenômeno absoluto no Brasil e em diversos países da Europa. O álbum vendeu cerca de 1,8 milhão de cópias e mostrou a força do grupo como exportador de música brasileira com apelo internacional. Outros sucessos como “Tão Seu” e “É Uma Partida de Futebol” — que se tornou hino informal do esporte nacional — reforçaram a conexão da banda com a cultura popular brasileira.


    O Siderado (1998), embora menos comercial que os anteriores, manteve o sucesso da banda e introduziu faixas mais densas, como “ Resposta” (em parceria com Nando Reis), revelando um lado mais lírico e introspectivo do grupo.


    Foto do grupo nos anos 90
    Figura 2: Imagem do grupo nos anos 90

  3. Maturidade artística e experimentação (2000–2014):
  4. A virada do século trouxe novos ares para o Skank. Com o álbum Maquinarama (2000), a banda passou a experimentar sonoridades mais introspectivas, incorporando influências do rock alternativo, da psicodelia e de bandas como Radiohead e Beatles. O álbum marcou uma ruptura criativa: metais e ritmos caribenhos deram lugar a guitarras mais densas, letras mais poéticas e uma nova estética musical.


    Em Cosmotron (2003), esse amadurecimento se consolidou. O disco mesclou rock melódico com MPB e gerou sucessos como “Dois Rios” e “ Vou Deixar”. O reconhecimento veio com prêmios como o VMB (Video Music Brasil), e o Skank passou a dialogar com um público mais adulto e exigente.


    Nos álbuns seguintes, Carrossel (2006) e Estandarte (2008), a banda se reinventou mais uma vez. Foram pioneiros ao lançar músicas por celular e promover ações interativas com os fãs, como a escolha do repertório do bis por SMS. Musicalmente, esses álbuns trouxeram colaborações com Dudu Marote, Nando Reis e Chico Amaral, mesclando elementos eletrônicos, MPB e rock pop.


    Foto do grupo nos anos 2000
    Figura 3: Imagem do grupo nos anos 2000

  5. Consolidação e celebração da carreira (2014–2019):
  6. Em 2014, o Skank lançou Velocia, seu último álbum de inéditas, com produção assinada por Dudu Marote. O disco trazia faixas como “Ela Me Deixou” e “Multidão”, que mantinham a essência da banda, com letras poéticas, melodias marcantes e um estilo pop sofisticado.


    Durante esse período, a banda também investiu em projetos comemorativos, como a série de shows “Os Três Primeiros”, em 2018, em que a presentaram na íntegra seus três primeiros álbuns. Os lançamentos ao vivo, como MTV ao Vivo (2001), Multishow Ao Vivo no Mineirão (2010) e Skank no Estádio Mineirão (2019), reafirmaram a conexão da banda com o público e com sua cidade natal.

    Foto do grupo em 2020
    Figura 4: Imagem do grupo em 2020

Turnê de Despedida

Em dezembro de 2019, o Skank anunciou que faria uma pausa nas atividades, após quase 30 anos de estrada. A decisão foi tomada de forma pacífica e conjunta, sem rupturas internas, motivada principalmente pelo desejo dos integrantes de explorarem projetos pessoais, experimentar novas linguagens e buscar outras formas de expressão artística.


Para marcar esse momento, foi criada a “Turnê de Despedida”, inicialmente planejada para ocorrer ao longo de 2020, celebrando os 30 anos de carreira. No entanto, a pandemia da COVID-19 obrigou a suspensão dos shows por tempo indeterminado. A turnê foi r etomada no fim de 2021, com apresentações por todo o Brasil, em casas de shows, festivais e estádios lotados.

Turnê de Despedida
Figura 3: Imagem do último show

Ao longo da turnê, a banda realizou mais de 100 shows, passando por todas as regiões do país e atingindo um público superior a 500 mil pessoas. O encerramento aconteceu no dia 26 de março de 2023, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, diante de um público emocionado de mais de 50 mil fãs. O espetáculo contou com participações especiais, incluindo a de Milton Nascimento, que subiu ao palco para cantar “Resposta” com Samuel Rosa — um dos momentos mais simbólicos da apresentação.

Turnê de Despedida
Figura 4: Imagem do último show com Milton Nascimento

A turnê foi uma grande celebração da história da banda, que, mesmo se despedindo dos palcos, deixou claro que não estava encerrando definitivamente sua jornada, mantendo aberta a possibilidade de futuros reencontros.


O Legado

O legado do Skank vai além dos números impressionantes: mais de 6,6 milhões de discos vendidos, dezenas de hits nas rádios, prêmios nacionais e internacionais, e uma base de fãs fiel que atravessa gerações. A banda mineira redefiniu o conceito de sucesso no rock brasileiro dos anos 1990 e 2000, mantendo-se relevante por mais de três décadas sem perder a qualidade artística ou o frescor musical.


O Skank foi pioneiro em diversos aspectos: desde o uso criativo da tecnologia na distribuição de músicas até a integração entre diferentes estilos musicais, como reggae, ska, rock alternativo, MPB e pop. Suas letras, muitas vezes em parceria com o compositor Nando Reis, equilibram emoção, poesia, crítica social e lirismo cotidiano — resultando em composições atemporais como “Sutilmente”, “Balada do Amor Inabalável”, “Ainda Gosto Dela” e “Vamos Fugir” (releitura de Gilberto Gil).


Além do sucesso comercial, a banda teve papel fundamental na construção da identidade do pop rock brasileiro contemporâneo. Com forte ligação à cidade de Belo Horizonte, ajudou a colocar a capital mineira no mapa da música nacional ao lado de nomes como Jota Quest, Pato Fu e Sepultura.


Mesmo após a despedida dos palcos, o Skank continua presente no imaginário cultural brasileiro. Suas músicas seguem tocando nas rádios, em trilhas de novelas e nos palcos de novas gerações de artistas que beberam diretamente de sua fonte. A banda encerra sua carreira com dignidade, reconhecimento e a certeza de ter deixado uma marca indelével na história da música brasileira.


Show marcante
Figura 5: Imagem de um show marcante

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